Hortelã-pimenta na aromaterapia funciona mesmo para dores de cabeça e fadiga mental? Veja as evidências

Estudos clínicos comprovam que o mentol presente na planta atua como analgésico local e estimulante cognitivo, sendo uma alternativa eficaz para cefaleias tensionais

Mão segurando folhas de Hortelã Pimenta — Imagem ilustrativa gerada por IA, criada sob licença paga para uso exclusivo do site Katia Ribeiro. Todos os direitos de utilização reservados.

Aviso: Conteúdo de caráter informativo da área de bem-estar e aromaterapia, baseado em literatura científica. Não substitui avaliação ou orientação profissional

Sabe aquele aroma refrescante que parece “abrir a mente” instantaneamente? Para a ciência, isso não é apenas uma sensação agradável. A hortelã-pimenta (Mentha piperita) é um dos óleos essenciais mais estudados no mundo, e os resultados mostram que ela pode ser uma aliada no enfrentamento de dois desafios comuns da vida moderna: a dor de cabeça tensional e a estafa mental.

Muitos leitores buscam alternativas naturais para evitar o uso excessivo de comprimidos. A boa notícia é que o principal composto da planta, o mentol, possui capacidade comprovada de estimular os receptores de frio do corpo (TRPM8), gerando uma sensação refrescante que pode aliviar temporariamente a percepção da dor por meio da chamada modulação sensorial.

Tão eficaz quanto o paracetamol? O que diz a ciência

Um dos estudos mais citados na área, realizado pela Universidade de Kiel, na Alemanha, e publicado em periódico científico da área da saúde, trouxe dados relevantes. Os pesquisadores avaliaram uma solução tópica de 10% de óleo de hortelã-pimenta em base alcoólica, aplicada na testa e nas têmporas de pacientes com dor de cabeça tensional leve.

O resultado mostrou que, após cerca de 15 minutos, houve redução significativa da dor em comparação ao placebo. Os autores explicam que o efeito ocorre por meio da modulação sensorial, com ação local do mentol sobre receptores cutâneos, sem ação sistêmica.

O estudo, porém, não conclui que o efeito seja equivalente ao de 1.000 mg de paracetamol, nem indica substituição de analgésicos convencionais. O uso é descrito como alternativa complementar, restrita a quadros leves e específicos.

O “turbo” natural para o seu foco e memória

Se você sente que sua mente perde rendimento ao longo do dia, a hortelã-pimenta pode ajudar a estimular o estado de alerta. Um estudo conduzido pela Northumbria University, no Reino Unido, avaliou o impacto de diferentes aromas no desempenho cognitivo de voluntários.

Os participantes expostos ao aroma de hortelã-pimenta apresentaram melhora na atenção, no estado de alerta e na memória de trabalho, especialmente em tarefas que exigiam concentração contínua. Segundo os pesquisadores, a inalação do aroma está associada a um aumento do nível de vigilância mental, o que pode ajudar a reduzir a sensação de fadiga durante atividades repetitivas ou prolongadas.

Folhas de Hortelã Pimenta ao lado de um frasco de óleo essencial — Imagem ilustrativa gerada por IA, criada sob licença paga para uso exclusivo do site Katia Ribeiro. Todos os direitos de utilização reservados.

Como usar de forma segura e eficaz?

Para que os benefícios citados em estudos possam ser aplicados no dia a dia, é importante seguir orientações adequadas de uso e respeitar a forma correta de aplicação:

  • Para dor de cabeça: Misture 2 gotas de óleo essencial de hortelã-pimenta em uma colher de chá de óleo vegetal (como coco ou amêndoas). Massageie suavemente as têmporas e a nuca, mantendo distância dos olhos. Uso indicado apenas para adultos.
  • Para foco e energia: Utilize um difusor ambiental com até 5 gotas do óleo ou coloque uma gota em um lenço e faça inalações leves quando sentir o cansaço mental chegar.

Onde a ciência pede cautela

Embora seja natural, a hortelã-pimenta contém compostos bioativos potentes. Entidades de saúde e associações de aromaterapia clínica alertam que o óleo essencial não deve ser usado em bebês nem em crianças, pois o mentol pode causar desconforto respiratório.

Além disso, pessoas com histórico de epilepsia ou sensibilidade cutânea grave devem evitar o uso tópico direto.

🔒 Crédito: Este artigo foi publicado originalmente por Kátia Ribeiro. Reprodução total ou parcial sem autorização é proibida por lei.