Árvores mais velhas que as pirâmides do Egito surpreendem cientistas do mundo todo

Quase 5 mil anos têm as árvores nos Estados Unidos e no Chile que já datam de antes da construção das pirâmides do Egito e desafiam os limites da longevidade vegetal.

Em um mundo onde quase tudo é efêmero, poucas formas de vida conseguem atravessar milênios com a mesma força. As árvores milenares são testemunhas silenciosas da história da Terra e, entre elas, duas se destacam como símbolos de resistência e mistério: a Matusalém, nos Estados Unidos, e o Bisavô, no Chile. Essas gigantes vegetais não apenas despertam fascínio científico, mas também questionam os limites da vida e do tempo.

O enigma da Matusalém

Localizada entre as montanhas da Sierra Nevada e a fronteira de Nevada, nos Estados Unidos, a Matusalém é um pinheiro-das-bristlecone (espécie Pinus longaeva) com aproximadamente 4.789 anos, o que a torna uma das árvores mais antigas já registradas no planeta. Sua localização exata é mantida em segredo pelas autoridades da Floresta Nacional de Inyo, como forma de protegê-la de vandalismo e turismo excessivo.

Pinus Longaeva – Crédito: Getty Images / Gerald Corsi

O segredo de sua longevidade está em sua adaptação extrema. Vivendo em altitudes elevadas, com temperaturas rigorosas e solos áridos, a Matusalém desenvolveu uma madeira densa e rica em resina, o que a torna resistente a pragas, fungos e decomposição. Seu crescimento é lento, porém constante, um equilíbrio entre resistência e paciência.

O Bisavô Chileno

No outro extremo das Américas, um cipreste-da-patagônia (Fitzroya cupressoides) conhecido como “Bisavô” vem disputando o título de árvore mais antiga do mundo. Localizado no Parque Nacional Alerce Costero, no sul do Chile, esse gigante verde é estimado em mais de 5 mil anos, o que o colocaria como um possível sucessor da Matusalém.

Cipestre Gran Abuelo (Fitzroya cupressoides) – Crédito: Yiyo Zamorano/Wikimedia Commons

No entanto, há debates científicos sobre essa estimativa. O cálculo da idade do Bisavô baseia-se em modelos computacionais e amostras incompletas, já que a árvore está parcialmente oca e não é possível contar todos os seus anéis de crescimento. Em contraste, a Matusalém teve sua idade determinada por métodos dendrocronológicos precisos, amplamente reconhecidos pela comunidade científica.

O Que Faz Dessas Árvores Verdadeiras Sobreviventes?

Apesar das diferenças geográficas e biológicas, Matusalém e Bisavô compartilham traços que explicam sua impressionante longevidade:

  • Crescimento lento: quanto mais devagar cresce, menor o desgaste dos tecidos e maior a resistência ao tempo.
  • Ambientes hostis: solos pobres e climas extremos reduzem a competição e o risco de infestações.
  • Autodefesa natural: madeira rica em resina e baixa atividade biológica protegem contra fungos e insetos.

Essas características fazem dessas árvores verdadeiras cápsulas do tempo, testemunhas vivas de mudanças climáticas, catástrofes naturais e transformações do planeta que remontam à era das pirâmides egípcias.

🔒 Crédito: Este artigo foi publicado originalmente por Kátia Ribeiro. Reprodução total ou parcial sem autorização é proibida por lei.