Nivea: “sou dermatologista e estudei a composição do creme azul — esta é a minha opinião sincera.”

Mulher usando creme Nivea no rosto – Imagem gerada com auxílio de IA

O creme Nivea azul de latinha está em tantos banheiros e criados-mudos que parece parte da decoração da casa. Mas, com tanta novidade em skincare, é natural surgir a dúvida: será que essa fórmula tão antiga ainda faz sentido na rotina de cuidados com a pele?

Como dermatologista, analisei a composição desse clássico e a forma como ele é usado no dia a dia. A resposta direta é: o creme azul da Nivea continua sendo um excelente hidratante básico, especialmente para peles secas e áreas muito ressecadas. Mas ele não é e nem pretende ser um produto que resolve todos os problemas de pele.

Por que o creme azul da Nivea nunca sai de moda?

O famoso creme azul da Nivea foi lançado em 1911 e, desde então, não saiu das prateleiras nem dos lares. Mais de 110 anos depois, ele ainda está entre os produtos mais vendidos da marca, que hoje conta com cerca de 500 itens diferentes na sua linha.

Só em 2023, mais de 3,6 milhões de potes do creme azul foram vendidos na França. Isso equivale a aproximadamente 414 potes por hora. Esses números mostram que não se trata apenas de nostalgia: milhões de pessoas, em países diferentes, seguem confiando nessa fórmula para manter a pele hidratada no dia a dia.

O que a fórmula do creme azul realmente entrega para a pele?

O diferencial do creme azul está numa fórmula simples, densa e altamente hidratante, pensada para criar uma barreira protetora sobre a pele. Entre os ingredientes, se destacam:

  • Glicerina: atrai água para as camadas mais superficiais da pele, ajudando a manter a hidratação;
  • Manteiga de karité: rica em lipídios, contribui para deixar a pele mais macia e protegida;
  • Componentes emolientes e oclusivos, que formam uma espécie de “filme” na superfície da pele, reduzindo a perda de água.
Creme Nivea – Imagem gerada com auxílio de IA

Na prática, isso significa que o creme azul da Nivea é muito eficaz para restaurar a barreira cutânea, especialmente em peles secas, ásperas ou sensibilizadas pelo frio, vento ou banhos muito quentes.

Por ser uma fórmula mais “tradicional”, ele tende a funcionar bem em quase todos os tipos de pele do corpo e, em muitos casos, também é bem tolerado por peles sensíveis — embora, como qualquer produto, possa causar irritação em pessoas muito reativas a fragrâncias ou determinados componentes.

Para quem o creme azul da Nivea é mais indicado?

Apesar de ser um produto “para a família toda”, na prática ele se destaca em alguns perfis de uso específicos. Em consultório, é comum ver bons resultados em pessoas que:

  • Têm pele seca ou muito seca, principalmente em regiões como pernas, braços, cotovelos e joelhos;
  • Sofrem com ressecamento intenso em mãos e pés, especialmente quem lava muito as mãos ou fica o dia todo em ambientes com ar-condicionado;
  • Moram em lugares frios ou secos e sentem a pele “repuxar” após o banho;
  • Precisam de um hidratante acessível, fácil de encontrar em farmácias, mercados e perfumarias.

Para peles mistas ou oleosas de rosto, o creme pode ser pesado demais para o uso diário na face, mas pode funcionar pontualmente em áreas ressecadas (como cantos do nariz ou regiões que descamam após tratamentos).

O que dermatologistas observam ao avaliar esse creme?

Do ponto de vista dermatológico, o creme Nivea azul cumpre bem a promessa de ser um hidratante básico e eficaz. Diversos especialistas já analisaram a fórmula e seus resultados, incluindo avaliações em blogs como “Les Matins Cotons” e no site “Parole de Mamans”, que reforçam sua boa reputação entre consumidores e profissionais.

Ao avaliar esse tipo de produto, dermatologistas costumam considerar:

  • Potencial de hidratação: alto, especialmente para pele seca e áspera.
  • Custo-benefício: muito bom, já que é um creme acessível financeiramente e que rende bastante.
  • Versatilidade: pode ser usado em diferentes áreas do corpo e em diversas idades.
Mulher com a pele viçosa e hidratada
Mulher com a pele viçosa e hidratada — Imagem ilustrativa gerada por IA, criada sob licença paga para uso exclusivo do site Katia Ribeiro. Todos os direitos de utilização reservados.

Por outro lado, é importante deixar claro: apesar de toda essa eficácia como hidratante, ele não substitui produtos específicos para acne, manchas, melasma, rugas profundas ou condições dermatológicas que exigem tratamento médico.

Como usar o creme azul da Nivea na rotina de cuidados

Se a ideia é aproveitar o melhor do creme azul da Nivea, o segredo está em posicioná-lo corretamente dentro da rotina de skincare e corpo. Em geral, uma boa estratégia é usá-lo como hidratante de barreira, especialmente à noite.

Uma forma prática de incluir o produto na rotina é:

  1. Após o banho: com a pele ainda levemente úmida, aplicar o creme nas áreas mais secas do corpo (pernas, braços, cotovelos, pés).
  2. Nas mãos: reaplicar ao longo do dia, principalmente depois de lavar as mãos.
  3. Em áreas muito ressecadas: como joelhos, calcanhares e cotovelos, pode ser aplicado em camada mais generosa antes de dormir.
  4. Como “resgate” no inverno: utilizar diariamente nas regiões que mais sofrem com o frio, para evitar rachaduras e descamação.
  5. Em combinação com outros produtos: usar o creme azul para hidratar, mas manter produtos específicos (como séruns com vitamina C, ácido hialurônico ou protetor solar facial) para outras necessidades da pele.

Assim, ele entra como o “hidratante coringa” da rotina, sem substituir cuidados essenciais como limpeza adequada e uso diário de protetor solar.

🔒 Crédito: Este artigo foi publicado originalmente por Kátia Ribeiro. Reprodução total ou parcial sem autorização é proibida por lei.