
Em 2025, o destaque das produções brasileiras ganhou novos contornos após o surpreendente sucesso internacional da série paraense Pssica na Netflix. O enredo ambientado na Amazônia Atlântica rapidamente conquistou espaço entre as obras mais vistas em diversos países, consolidando o interesse global por histórias autênticas do Norte do Brasil. Diferentes públicos têm acompanhado atentamente a trajetória dos personagens marcados por um destino pouco previsível e repleto de reviravoltas.
Lançada com quatro episódios gravados em Belém, Pssica chamou a atenção ao figurar no top 10 de audiência em 68 países, como Canadá, França, Portugal, Chile e México. Em duas semanas, cruzou a marca de 8,8 milhões de visualizações e conquistou posição de destaque entre as séries de língua não inglesa, atrás apenas de produções espanholas e sul-coreanas que dominam o ranking neste início de ano.
O que torna a série Pssica singular na Netflix?
O diferencial de Pssica está na combinação de uma atmosfera regional intensa, personagens complexos e um suspense permeado por elementos culturais amazônicos. Inspirada no livro de Edyr Augusto, a série se aprofunda nas consequências de uma maldição – a “pssica” – que recai sobre seus protagonistas. A trama se desenrola a partir da perspectiva de Janalice, uma jovem vítima do tráfico humano; Preá, chefe de uma gangue de “ratos d’água”; e Mariangel, em busca de vingança e justiça familiar.
A direção de Quico Meirelles imprime um ritmo envolvente, com destaque para o olhar sensível sobre a vida ribeirinha, a dinâmica dos rios e os códigos de conduta local. A escolha de rostos pouco conhecidos do grande público nacional reforça o tom realista e genuíno da narrativa, resultando em atuações marcantes de Domithila Cattete, Lucas Galvino e Marleyda Soto.
Por que Pssica atraiu o público internacional?
Ao atingir altos índices de visualizações fora do Brasil, Pssica demonstra a força de narrativas regionais quando aliadas à qualidade cinematográfica. Elementos como a ambientação em Belém, as paisagens dos rios amazônicos e os conflitos universais enfrentados pelos personagens tornam a história compreensível e atraente para diferentes culturas.
- A trama aborda temas universais, como sobrevivência, vingança e busca por justiça.
 - Cenas gravadas em locações autênticas contribuem para a imersão do espectador.
 - A “pssica” – nome dado à maldição local – funciona como elemento de mistério e fascínio.
 
O impacto visual proporcionado pela fotografia e pela trilha sonora original, aliados à tensão constante dos episódios, mantém o público internacional engajado. Além disso, as dinâmicas dos “ratos d’água”, inspiradas em lendas e relatos reais, permitem uma aproximação com o cotidiano amazônico pouco representado nos grandes centros urbanos.
Como o sucesso de Pssica influencia a produção audiovisual nacional?
O desempenho de Pssica na Netflix contribui para reposicionar o audiovisual brasileiro não apenas no cenário nacional, mas também global. A série ilustra como histórias ambientadas em regiões fora do eixo Rio-São Paulo têm potencial para atrair atenção dentro e fora do país. O sucesso é comparável ao de obras como DNA do Crime e Pedaço de Mim, que também figuram entre as séries brasileiras mais assistidas internacionalmente.
- Potencializa o interesse por novas narrativas regionais.
 - Estimula a participação de elencos e equipes de diferentes partes do Brasil.
 - Mostra que o público internacional procura por diversidade cultural e autenticidade.
 
A presença de Fernando Meirelles na direção de um dos episódios reforça a relevância do projeto e colabora para a visibilidade da produção. Dessa forma, Pssica atua como vitrine para a riqueza cultural e artística brasileira, abrindo caminhos para novas oportunidades no mercado global de streaming.
Independentemente do idioma ou da origem, o fenômeno de Pssica comprova que boas histórias encontram seu público e provocam reflexões, mostrando um retrato atual e profundo do Norte do Brasil no cenário internacional.