Em 2025, o pêssego se consagra como a fruta mais admirada do planeta, aparecendo simultaneamente nas duas primeiras posições do ranking global da TasteAtlas. O primeiro lugar ficou com o Pêssego Calanda DOP, da Espanha, seguido de perto pelo Pêssego Rodakina Naoussa DOP, da Grécia. A coincidência revela mais do que uma preferência pelo sabor adocicado e pela textura macia: confirma o poder das tradições agrícolas mediterrâneas em transformar o cultivo de frutas em arte.
Ambas as versões do pêssego refletem o mesmo ideal gastronômico: equilíbrio perfeito entre doçura, aroma e história. A fruta que originalmente veio da China encontrou solo fértil e identidade própria na Europa, tornando-se um símbolo da herança rural e do refinamento agrícola da região.
Por que o Pêssego Calanda é considerado o melhor do mundo?
Produzido na Província de Teruel, no leste da Comunidade Autônoma de Aragão, o Melocotón de Calanda é reconhecido pela Denominação de Origem Protegida (DOP) desde 1999. Seu destaque vem da combinação entre tradição centenária e exigência de qualidade extrema. Cada fruto, com diâmetro mínimo de 73 milímetros, é colhido apenas quando atinge o ponto ideal de maturação, o que garante uma doçura natural e um perfume intenso.
Um diferencial curioso é o método de proteção dos frutos: os agricultores espanhóis embrulham cada pêssego individualmente ainda no pé, protegendo-o do sol, do vento e de insetos. Esse cuidado artesanal resulta em uma casca impecável e uma polpa aveludada, livre de imperfeições. Além disso, cada unidade recebe um selo de rastreabilidade, um símbolo de excelência que valoriza tanto o produto quanto o território que o produz.
Rodakina Naoussa: o pêssego que transformou a Grécia em referência de sabor
O segundo lugar do ranking mundial ficou com o Rodakina Naoussa DOP, cultivado na região da Macedônia Central, na Grécia. Apesar de o pêssego ser originalmente chinês, a adaptação ao clima mediterrâneo e o manejo preciso dos produtores gregos transformaram essa fruta em um ícone nacional. As variedades cultivadas incluem clássicos como May Crest, Red Haven e Sun Crest, cada uma com nuances sutis de sabor e textura.
Os frutos gregos são colhidos no auge da maturação e imediatamente embalados para manter o frescor. São muito apreciados dentro e fora do país, principalmente nos mercados da Europa e da Península Arábica. O resultado é uma fruta suculenta, com aroma profundo e doçura equilibrada, que representa com perfeição a identidade culinária da Grécia moderna.
Pêssegos no mundo: o renascimento de uma fruta clássica
O domínio europeu no topo do ranking reflete uma tendência: o retorno ao sabor natural e artesanal em tempos de produção industrial em massa. Pêssegos como o Calanda e o Naoussa resgatam o valor da agricultura local, da colheita manual e da rastreabilidade. Não se trata apenas de comer uma fruta, é saborear uma história que envolve gerações de agricultores, clima, solo e cultura.
Hoje, o pêssego é uma das frutas mais versáteis da gastronomia mundial. Presente em sobremesas clássicas como tortas, compotas, geleias e crumble, ele também brilha em receitas salgadas, como saladas com queijo feta, carnes grelhadas e molhos agridoces. Na alta gastronomia, chefs usam o pêssego grelhado para contrastar doçura e acidez, destacando o frescor natural da fruta.
Inspiração culinária: como usar pêssegos premium em receitas
- Geleia artesanal: feita com pêssegos maduros, açúcar e gotas de limão, perfeita para acompanhar pães e queijos.
- Torta rústica de pêssego: massa amanteigada coberta com fatias caramelizadas da fruta, servida morna com sorvete de baunilha.
- Salada mediterrânea: pêssego grelhado, rúcula, queijo de cabra e redução de balsâmico — equilíbrio entre doce e salgado.
- Coquetel de verão: espumante com purê de pêssego fresco, inspirado no clássico Bellini italiano.
- Clássico brasileiro: pêssego em calda com creme de leite/leite condensado. Sobremesa que conquista as casas locais até hoje.